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18.12.13

Maserati 300S & 450S Sports Racing Cars

Maserati 450S Artist: Alan Fearnley
Aqui no Brasil tivemos a presença de uma 300S e de uma 450S - mas que pobreza... Mesmo assim tivemos elas correndo aqui. Uma história interessante ocorreu nos 500 Quilômetros de Interlagos em 1961 O Zambello compra uma já malhada Maserati 450S (que diziam ser a única na América do Sul), do fluminense Henrique Casini, carro esse que estava com o motor estourado (havia Maserati 200 correndo aqui com motor de Corvette). O Zalbello pega um avião e vai para a Itália - lá compra um motor novo (dizem que era um motor vindo da Officine Specializzate Costruzioni Automobili - Fratelli Maserati SpA - O.S.C.A.). Volta ao Brasil e instala o motor com o câmbio antigo, na 450S e... Bingo - o carro estava preparado para a primeira prova e teste - e isso acontece nos 500 kms - Correm nesta Maserati o Emílio Zambello, Celso Lara Barberis e o Ruggero Peruzzo - que dividiam na "mesma corrida", uma outra Maserati 300S, que era emprestada do Gimenez Lopes - chegaram com a 450S em primeiro (154 3:27:45,200) e em terceiro com a 300S (149 3:27:46,100) - no meio ficou uma Ferrari 250TR (Testa-Rossa) do Agnaldo de Goes Filho e pilotado (também) pelo Ruggero Peruzzo - depois do primeiro reabastecimento, o Celso trocou a 450S, que estava na liderança, pela 300S que estava em terceiro e ficou nesta posição, com duas voltas atrás da Testa-Rossa (aliás, no Torneio Sul Americano, em Interlagos, o Celso Barberis fica em segundo com a 300S). 
Maserati 300S
1957 Maserati 300 SDepois que a Maserati sai das mãos da família Maserati e passou o controle para a família Orsi - a qualidade, principalmente das peças do motor. Entre os anos de 52 e 55 obtivera algum sucesso com o modelo de 6 cilindros e 2 litros denominado A6GCM - carros da Fórmula 2 e nas provas de endurance. Deste modelo foi desenvolvido o 250F, com 2.500cc - que ateve um sucesso em 54. Esse sucesso fez com que se desenvolvesse um modelo para competir provas de endurance como Le Mans em pista e Mille Miglia em rota. Aliás esse era um desejo do Fangio, confessado para a família Orsi - enquanto isso os irmãos Maserati lavavam a alma com os carros OSCA (exemplos da Mille Miglia: 53 classe 1.100cc primeiro e segundo; 54 categoria 1.500cc segundo; 55 categoria 1.100cc primeiro a terceiro, categoria 1.500cc segundo).
 
Fangio com sua Maserati 300S da Escuderia Madunina - Portugal.
Nesse embalo foi feito o modelo 300S - sob as mãos de um engenheiro campeão Giulio Alfieri, que já havia desenvolvido a 250F. A Maserati 300S foi apresentada em dezembro de 1954 (aliás esse engenheiro havia desenvolvido motores de 1.484cc e 1.994cc para os modelos 150S e 200S). A versão do modelo 300S tinha um motor de 2.995.5cc, com 6 cilindros em linha, com duplo comando e duas velas por cilindro - o carburador era um duplo Weber, que ajudava a desenvolver a máquina a 245bhp a 6.200rpm (4 marchas). A carroceria foi construída dentro da Maserati por Menardo Gantuzzi, que por suas linhas aerodinâmicas (aliás todos os carros dos anos 50 eram assim), desenvolvia 290kph.O debut nas corridas foi em 2 - repito - 2 eventos no mesmo dia - 13 de março de 1955: no Grande Prêmio de Dakar, no Senegal com Jean Behra (que teve problemas na transmissão); e em Sebring que obteve o terceiro lugar - dias depois Musso com um works car, fica em terceiro no Giro da Cicilia e em terceiro na Mille Miglia Perdisa (ficou em terceiro, porque a Mercedes-Benz 300SLR do Fangio falhou). A primeira vitória da 300S foi em Bari, na corrida noturna com Musso logo após as duplas Behra/Musso e Mieres/Perdisa ficaram em primeiro e terceiro lugar no Grade Prêmio de Monza (Supercortemaggiore) - entusiasmados, todos entraram em Le Mans, but... só no outro ano tiveram algum sucesso razoável em no Grende Prêmio de Portugal e no da Venezuela (durante esse ano a Maserati vende 8 de seus carros para equipes privadas - esses carros eram financiados pela Maserati e tinham fornecimento de peças de forma rápida).
1957 Maserati 450 S
Com a chegada de Moss, sua experiência trouxe algumas melhorias ao modelo, como a adoção de um carburador maior (45DCO3) e com uma aerodinâmica mais trabalhada, da frente a traseira. A estréia com Moss e Menditeguy veio com a vitória, e Behra e Gonzalez ficaram em terceiro lugar em Buenos Aires - Foi a primeira vitória da Maserati na categoria Sports Car Championship. Mais tarde na Europa, Taruffi ficou em segundo no Giro da Cicilia. Mesmo com o modelo mais moderno e mais veloz (350S que nada mais era do que uma 300S com motor de 3 litros e meio), a Mille Miglia foi um desastre, mesmo com Moss e Jenkinson no volante.

Inspirado no modelo 250S, na corrida de Monza de 1954, Bellentani projetou um motor de 2.8 litro com 6 cilindros em linha, sendo testado por Bertocchi e Villoresi. Seguindo a evolução Bellentani projeta e desenvolve um motor de 3 litros com 6 cilindros em linha, com 2.992.5cc, com uma compressão de 9.1, que tinha uma performance igual a da 250F - a carroçaria foi desenvolvida por Fantuzzi. O melhor ano da 300S foi em 1956 e ficou a uma posição para ganhar o campeonato mundial. Em 58 foram feitas 3 Maseratis V12, sendo uma testada pelo Moss em Nürburgring em junho de 58.A Maserati 300S foi feita de 1955 a 1957, sendo produzidas 28 unidades, feitas na Itália. Tinha um motor de 3 litros (aproximadamente de 245bhp a 6.200rpm). Era um carro, desenvolvido pelo Vittorio Bellentani. Tinha 3 carburadores Weber de 42DCOE - tinha uma estrutura tubular, originária da Maserati 250F - num corpo de alumínio (a carroceria foi feita peloMedardo Fantuzzi). Depois da primeira temporada em 1955, ganha em Nürburgring em 1956, ficando em segundo na geral. Giulio Alfieri, dá uma atenção especial a questão do combustível - resultado: adoção de uma fuel injection em pleno meados dos anos 50 (essa fuel injection esteve presente na 450S e na 350S). Depois do acidente do Guidizzolo em 1957, as poucas 300S foram vendidas para os EUA. Lá foi aplicado o novo motor V12.A vitória na Alemanha, com Moss e Behra seguida pela dupla Schell e Taruffi, fez a Maserati ficar em segundo no campeonato atrás da Ferrari. Fangio brilhou com uma nova vitória em 1957 - mas o desenvolvimento do 450S já estava em pleno andamento, sendo adotado esse projeto, abandonando-se a 300S - ironicamente, em 1958 volta-se a ser o motor de competição, não o adotado pela 450S mas sim o de 3 litros, tornando, assim e em tempo recorde, a 450S como obsoleta - isso foi bom, porque, além destes carros irem para os EUA, vieram para o Brasil, também.


Fangio vence em Portugal.
Maserati 300S - documentário - 9:20 - Parte I

Maserati 300S - documentário - 5:56 - Parte II

Maserati 300S - documentário - 7:26 - Parte III
Maserati 450S
 
O primeiro motor foi montado em agosto de 1956, no chassis 3501 e foi usado por Stirling Moss, durante a prova da Mille Miglias daquele ano. Antes, no dia 7 de agosto, foi testado no Grrande Prêmio da Suécia - a preoculpação era a vibração que esse motor proporcionava. Mas todos os problemas enfrentados pela Maserati no ano de 56, foram a princípio resolvidos, para finalmente entrarem na competição FIA de 1957. O 4501 agora com um novo chassis e carroceria faz o seu debut no Grande Prêmio de Buenos Aires, but... sabe como é carro italiano - ia bem, mas no meio da corrida... problems! Mas na corrida de Sebring o 4503, pilotado por Fangio e Behra, ganha com grande facilidade.
Lacey Lithograph

A evolução veio com o chassis 4504, com um novo sistema de ignição, com duas velas por cilindro, novos amortecedores e novo tanque de óleo. No chassis 4505, foi colocado duas caixas de câmbio, montadas entre o motor e a transmissão - esse sistema foi adotado no chassis 4507, 4508 e no 4501 (para a corrida de Le Mans - que na verdade era o maior objetivo da Maserati). Foi para Le Mans, que a Maserati 450S recebeu uma carroçaria aerodinâmica projetada pelo Frank Costin e construída pela Casa Zagato (construída, aliás em tempo recorde - em poucos dias). O seu peso era de 1.183 quilos (a spider tinha 1.118 quilos). Foi conciliado com esse modelo a beleza com a falta de eficiência - isso sem falar que esquentava muito o motor e conseqüentemente o piloto.

http://www.virhistory.com/vir/57-aug/shelby-001.JPG
Caroll Shelby
A Maserati perde em 1957 em Le Mans e Nürburgring. A maioria das Maseratis tinham um problema de dirigibilidade justamente pela sua força vinda dos seus 400hp. A partir de 1958, a FIA determina que o campeonato seja apenas para motores de 3 litros. A 450S foi forçada a sair da Europa e imigrar para os USA, para serem pilotados por Carrol Shelby, Ed Rose, Masten Gregory, Jim Hall e Walt Cline - foi um enorme sucesso (os motores também tiveram um up grade). Na Europa a fama deste modelo em especial veio pelas mãos de Fangio, quando esse pilotou de forma fantástica em Nürburing uma Maserati. A 450S ganha em Sebring e na Suécia - a última corrida foi em 3 de novembro de 1957, nas ruas de Caracas (Venezuela).

Moss pilota uma 450S (chassis 4507), no treino em Caracas.
A Maserati 450S foi construída de 1956 a 1958, sendo 9 carros de corrida, feitos na Itália, para atuarem em corridas realizadas pela FIA - eram corridas de endurance da World Sportscar Championship Racing. O primeiro desenho foi concebido em 1954, chamado de Tipo 54 (partir do motor de 4 cilindros do Tipo 200SI), pelos desenhistas Alberto Bellentani e Guido Taddeucci. O motor 3.5 litros que equipava a Maserati 350S, foi transformado num 4.478 litros V8, com 4 carburadores Weber 45IDM, com 400bhp a 7.200rpm. Chassis tubular, desenhado por Valerio Colotti (quase igual a 300S - mais pesado e com freios a tambor de 400mm ao invés de discos já utilizados na época). Os 450S tinham um motor elástico V8, com melhor desenvolvimento que os V12 da Ferrari - era um motor de 4.5 litros, capaz de atingir as 100mph em 7 - repito - 7 segundos. Tinha entre 400 a 420HP atingindo a velocidade máxima de 193mph. Na verdade, o projeto foi abandonado depois do fracasso da Venezuela e que em 1958 os motores dos sport cars (para a competição), foi limitado a 3 litros. 2 motores de 3.5 litros foram construídos para participar em 1956 da Mille Miglia.
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O primeiro chassis a receber o motor da 450S, foi o de número 3501 que na verdade era um 350S, renumerado pra 4501 - a estréia foi no Grande Prêmio de Buenos Aires, tendo como pilotos o Moss e o Fangio (não terminaram, por problemas mecânicos), contudo, esse mesmo carro foi o ganhador em Sebring, na frente de uma Ferrari 315S e do Jaguar D-Type. Esse mesmo carro, correu Le Mans, com uma nova carroceria feita por Frank Costin, a pedido de Moss (esse é o famoso Zagato Costin). Era bonito, but... não andava nada, além de superaquecer - quase no final da prova, esse carro que era pilotado por Moss e Fangio, quebrou quando estava em segundo lugar - virou sucata (pode?!). A última prova de 57 foi na Venezuela. Em Caracas a Maserati aprendeu uma lição: How not to win a Championship - inscreveu 4 carros - uma 300S e 3 450S V8. Uma das 450S foi destruída por Have Masten Gregory, Moss foi abatido por um AC Bristol quando estava a 160mph. As outras 450S também ficaram fora por erro da equipe, que deu mais atenção a Maserati do Moss. Foi um grande carro, mas sofreu com componetes mecânicos (e eu acho, como alguns historiadores, que foi a arrogância dos novos donos da Maserati, que não tinham o mesmo cuidado dos irmãos Maserati).
1957 Maserati 300 S
O ano foi tão ruim, que a Maserati abandona o projeto de competir, vendendo todo o seu material de competição (vamos lembrar que nesta época os irmãos Maserati já tinham vendido a empresa, e inaugurado a OSCA). O coupé que fora abandonado pelo capotamento, foi comprado por Byron Staver (foi a sorte deste carro). Ele levou o carro ao carroceiro Fantuzzi, que o converteu para um carro de estrada (passando a ser chassis 4512), com algumas importantes modificações, como a distância entre os eixos (25cm a mais), nova grade frontal, novo interior, novo pára-brisas (uma só peça) e pintura em preto.
O chassis 4501 era de 4.2 litros, baseado no protótipo utilizado em 1956 na Mille Miglia e nGrand Prix da Suécia - a dupla que pilotara a Mercedes-Benz 300SLR - Stirling Moss e Denis Jenkinson, correram com o chassis 4505, nos 1000kms de Nürburgring (esse carro foi vendido para Temple Buell, que passou para 5.7litros, e foi vendido para Jim Hall - esse carro foi destruído juntamente com o chassis 4507, em Caracas de 1957). O chassis 4502 foi vendido para Tony Parravano; o 4505 para Jim Kimberley e o 4506 para John Edgar. O chassis 4509 e 4510 vendidos para os EUA, com motor de 5.7litros e 6.6litros, usado nas corridas da SCCA, com os pilotos Carroll Shelby, Jim Hall, Masten Gregory, Walt Cline e Ebb Rose. O chassis 4512, era o originalmente 4501. Entre 1956 e 1962, as Maseratis 450S foram inscritas em 119 corridas, ganhando 31 delas.
1957 Maserati 450 S
Maserati usada pelo Shelby e assinada por ele
1957 Maserati 450 S

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Image:SC06 1957 Maserati 450S Costin Zagato Coupe.jpg
450S Costin/Zagato coupé
http://www.virhistory.com/vir/57-aug/lt-5708/lt-pr-02.jpg
http://www.virhistory.com/vir/57-aug/lt-5708/lt-pr-03.jpg

Shelby pilota uma 300S em Laguna Seca, em sua prova inaugural (Novembro de 57).

Shelby pilota uma 450S (chassis 4506) na corrida de Riverside (novembro de 1957). Ele ganha e o Dan Gurney fica em segundo.
http://www.virhistory.com/vir/57-aug/ga-5708/arnold-5708-2.JPG
Behra em Le Mans - 1957. Não chegou ao fim, pois, quebrou uma junta universal, quando estava liderando a corrida.


A famosa 450S coupé Zagato. A ventilação é um problema sério.

Moss com a 450S coupé com Costin, desenhista da Zagato, que fez essa maravilha.
Image:Maserati 300 S.jpg
1957 Maserati 300 S
1957 Maserati 300 S
1957 Maserati 300 S
1957 Maserati 300 S
1957 Maserati 300 S
Livros



Filmes



Um comentário:

Anônimo disse...

Prezado Luiz César,
Lá pelos anos 60 tive o privilégio de andar no Maserati do Sergio Bernardes. Um dos carros mais bonitos que já vi em toda a minha vida. Me parece que era o que pertenceu ao Casini... Vc. poderia confirmar curriculo dela e o modelo? Se era uma 300S ou 450?
Muito obrigado.
Hugo